24 de nov. de 2009

É só um escuro retrovisor


Tudo é sobre uma verdade pouco comentada, algo de mim que prefiro não conhecer. De fato, não entendo. Não sei a quem culpar, mas deve haver um réu, sei que há, sempre há! Hoje, junto com os ontens recentes, o passado regressa feito bolha de ar trazendo todos os que deixei, sufocados tentando me estourar. Afiada é minha máscara e foge de mim meu coração. Por que tentaria livrar-me, é tão inevitável. Amar... São lençóis expostos atrás do alvo; Atira-se - mancha-se. Quem se importa? Quem me empata? Vai chegando, chegando aos poucos, chegando, chegando, chegando, até que seja preciso obrigar-me a rir pra disfarçar a desgraça, para mentir a tragédia. Alastrasse por mim, aumenta até não caber mais, até tornar-se largo, profundo e cheio demais pros olhos, ouvidos e paladar... o gosto de felicidade perfeita que não me deixa doer, toda a grandeza insaciável - É como camuflar-me, não ser eu, deixar-me levar. E transborda, todas as razões afogam-se. Grita-me amor! Me bate na cara e me chora pra ficar. Tão depressa já vai diminuindo, diminuindo aos montes, diminuindo, diminuindo e eu já fui quando fechou os olhos e eu vou indo... Argumento angustiada, perturbada e tremendo no papel. Estendo a mão - Vem que eu vou maltratar-te com dias e noites de sorrisos, janelas e milhares de andares. Vem que eu te quero com tudo que posso, com tudo que tenho. Te quero até me quereres mais.