4 de abr. de 2011

IN

E soube que haveria de aceitar parar sempre o Eu princinpal, e seria longa. Construiu-se, costurou-se nela, aquele tal. Sempre cômodo "Eu tenho eu", sem constrangimento, sem peso, sem dó, sem pudor. Se aprendera, se conhecia, se tinha "Eu sou eu e minha sou". Essa conclusão a tomara por um prazer, um pré-gozo destas certezas. Descoberta inesquecível, inabandonável e I-MU-TÁ-VEL.
Já se podia galopar no ser, conhecia as manhas de segurar as rédeas, embora sempre as deixasse soltas. Já se podia ir, embora nem sempre fosse, ou se fosse, nunca lhe era exato pra onde estava indo. Já se podia, se permitia. Nada de guardar, poupar, economizar... Não se continha; um, dois, tês segundos de razão e BUM!, já se podia extravasar de novo.
Essas semanas, procurou-se nos retratos, cheiros, lembranças do antes de ser; Os encontrados resumiram-se e alongaram-se numa imensa brancura, clara... claríssima, térmica e macia de um conforto culposo e angustioso. Sussurrou muda:" Foi-se! ... " . Não era difícil, não necessitava de drama. Ela já se era e pronto, e tinha certeza da bondade disso (não tinha?), era intransponível. Lamentou por ter perdido-a, mas e daí? Era inútil, e não doeu, talvez ela não fosse tão preciosa assim...
Enfim, já havia tornado-se, jamais poderia desfazer-se e refazer-se na antiga esquecida.

Um comentário:

Fernanda Protásio disse...

Assim está melhor.
(É que... Procurei o seu blog, e acabei indo no errado. E estava clichê demais pro meu gosto)