3 de set. de 2010

Sem título.

Passaram-se altivas horas. Horas crianças, necessitando de condutores para desenvolver-se. Minhas crianças magras, analfabetizadas... intocadas, pois eu de nada fui capaz. Não digo que já é tarde demais, nunca é! De tanto que pedi ao tempo para que fosse amigo, percebi que ele cochila em minhas mãos e que minhas palavras precisam de um alto fervor para despertá-lo e guiá-lo. Talvez , eu... eu estivesse esperando umas rédeas, uma terapia de choques funcionais, uma luz vinda de antepassados, ou até mesmo uma salvação. Porém, não virá! Não há! Já me encontro sozinha, sozinha em mim, sozinha em casa, atenta aos sons do silêncio, podendo ouvir o bater lento do meu coração que reage automaticamente as precisas tragadas que dou no cigarro, até o ranger de um armador em que balança a rede na casa vizinha. Estou sucumbindo por minhas precauções, receios... Estou enfraquecendo meus limites, tentando poupar aquela mulher de meu incomensurável e paradoxo íntimo, acontecendo como um castigo a ela, o ato de tentar poupá-la. Falhei! Falhei ao fingir poder recuar do seu amor. Falhei, ao frigidamente e gentilmente refletir sobre ela, toda a minha farpada impotência. Flexivelmente mudo-me, pois não tenho rumo, só o tranquilo e pesado dever de andar, e o signo que me afoga, e... o dizer infinito, que me devora: Sou irresistivelmente mais forte que eu.

Um comentário:

Vitória disse...

Caralho!
isso foi lindo
"Sou irresistivelmente mais forte que eu."

Não sei ao certo como, mas, te entendo perfeitamente.

Vitória